Dia 08 de julho é marcado como o Dia Mundial da Alergia. A data foi criada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com o objetivo de chamar a atenção das pessoas para o assunto, já que alguns tipos de alergia podem até levar à morte.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), o Brasil possui uma das maiores taxas do mundo de incidência de alergia na população. Estima-se que cerca de 30% dos brasileiros sofram com algum tipo de alergia – de maior ou menor complexidade.
A rinite alérgica é o tipo de alergia mais comum no Brasil, atingindo cerca de 25% dos brasileiros. A asma alérgica vem em seguida, acometendo 20% da população. Embora não haja dados oficiais, estima-se que as alergias alimentares afetem por volta de 8% dos brasileiros.
Como os processos alérgicos se desenvolvem? Como a cannabis pode ajudar pacientes que sofrem de alergia a controlar a doença e tratar a causa alérgica? Descubra as respostas a seguir!
A alergia está diretamente ligada ao sistema imunológico. A reação alérgica acontece quando os mecanismos de defesa do corpo atacam determinada substância ou invasor por considerarem que ele fará mal ao organismo.
Esse processo é desencadeado por uma sensibilidade exagerada que algumas pessoas apresentam. Tal desregulação pode fazer com que substâncias que são inofensivas para muitas pessoas possam acabar sendo um veneno mortal para outras.
Existem quatro tipos principais de alergias: respiratórias (rinite, asma, etc), alimentares, medicamentosas e alergia a animais. O tratamento dependerá do fator que desencadeou a alergia.
As alergias respiratórias podem causar coceira no nariz, espirros, tosse, coriza, coceira nos olhos, falta de ar, e até dores de cabeça. Já as alergias alimentares podem causar diarréia, vômitos, inchaço, coceiras pelo corpo, manchas na pele e falta de ar. Por fim, as alergias medicamentosas podem levar a quadros de náusea, vômitos e anafilaxia (sufocamento).
As reações causadas pelas alergias a animais dependem do tipo de animal que desencadeia o processo. Os sintomas podem ser mais leves (como espirros e coriza) ou mais intensos (falta de ar e reações na pele).
📌 Curiosidade: a lista de alimentos que são considerados potenciais alergênicos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) possui 17 grupos: trigo (centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas); crustáceos; ovos; peixes; amendoim; soja; leite de todos os mamíferos; amêndoa; avelã; castanha de caju; castanha do Pará; macadâmia; nozes; pecã; pistaches; pinoli; castanhas; e látex natural. Todo alimento que contenha algum desses derivados em sua composição deve explicitar isso na embalagem.
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Assim que a substância que desencadeia a reação alérgica é identificada, o paciente é orientado a tomar cuidado e evitar entrar em contato com ela. No caso de alergias respiratórias isso fica um pouco mais difícil, especialmente para quem vive em cidades e precisa lidar diariamente com poluição e mudanças bruscas no clima.
Alergias respiratórias e a animais geralmente são tratadas com medicamentos antialérgicos (oficialmente chamados de anti-histamínicos), descongestionantes nasais e, em alguns casos, corticoides.
Alergias medicamentosas são tratadas com a interrupção do uso do medicamento que causou a reação alérgica e possível uso de outras substâncias para tratar eventuais sintomas da reação indesejada.
Já as alergias alimentares são tratadas com anti-histamínicos e corticoides. Dependendo do caso, pode-se tentar um tratamento de exposição controlada ao reator alérgico para que o organismo se acostume com a substância aos poucos e pare de tratá-la como um inimigo a ser combatido. Esse procedimento se chama Dessensibilização e o médico alergista avaliará se é possível ou não submeter o paciente a ele.
Recentemente, escrevi um artigo explicando como a cannabis pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico. Pois bem, a alergia é desencadeada por uma desregulação do sistema imunológico, portanto, a atuação da planta no fortalecimento desse sistema pode beneficiar bastante pacientes que enfrentam reações alérgicas.
Em uma entrevista ao Leafly, a Dra. Sue Sisley, especialista em cannabis, levantou ainda outro ponto positivo em favor da maconha:
“A cannabis parece ter poder anti-inflamatório. Isso certamente se relaciona com as alergias, porque se você pode cortar a inflamação, então certamente pode ajudar a tratar alergias e todos os sintomas clássicos, como coceira, coriza e urticária”, explica.
Em artigo publicado no Pulmonary Pharmacology and Therapeutics, cientistas apontam que o tratamento com CBD (um canabinóide da maconha) comprovadamente ajudou a normalizar o fluxo das vias aéreas e tornar a respiração mais fácil.
De acordo com o estudo, quando um alérgeno foi introduzido nos indivíduos, o óleo de CBD ajudou a controlar a produção e o comportamento dos mastócitos – os glóbulos brancos que atacam a substância causadora da alergia e desencadeiam o processo alérgico.
É importante fazer uma ressalva. São muitas as substâncias que podem causar alergia nas pessoas – inclusive a cannabis e seus componentes. A alergia à maconha não é muito comum, mas há casos registrados. Caso esteja começando a usar a planta para fins medicinais ou recreativos e note sintomas clássicos de alergia, interrompa o uso e procure orientação médica.
Em todo o mundo, cientistas estudam o poder da cannabis e de seus componentes no tratamento de uma série de doenças, inclusive as reações alérgicas. Embora haja muito trabalho a ser feito, é animador notar como uma planta milenar pode trazer tantos benefícios!
Caso esteja procurando mais informações sobre o óleo de cannabis e seus benefícios para a alergia e outros tratamentos, uma alternativa é conhecer a LCB.