Como a cannabis pode ajudar pacientes com hipertensão? Quais as relações entre maconha e o controle da pressão alta? Descubra neste artigo!
A pressão alta, também chamada de hipertensão, é uma das doenças mais comuns e ao mesmo tempo mais perigosas do Brasil. Estima-se que ela atinja cerca de 30 milhões de brasileiros, sendo particularmente perigosa para a população mais idosa.
De acordo com a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), a hipertensão atinge cerca de 60% da população idosa, sendo responsável ou particularmente responsável por mais de 200 mil mortes por ano no país!
Estar sempre atento à pressão é muito importante, assim como manter hábitos saudáveis e dosar com atenção a quantidade de sal ingerida diariamente. A Socesp recomenda que se consuma no máximo 5 gramas de sal por dia, o que equivale a uma colher de chá. É fundamental ainda limitar o consumo de alimentos processados e temperos industrializados, produtos com altíssima quantidade de sal em sua composição.
Além de manter hábitos saudáveis, controlar o sal e fazer acompanhamento médico constante, há estudos que sugerem tratamentos alternativos para ajudar a controlar a hipertensão, um deles envolvendo o uso da cannabis. Como isso funciona? Entenda a seguir!
Nosso organismo possui um sistema chamado Sistema Endocanabinóide. Ele é formado por receptores do tipo CB1 e CB2, que estão espalhados pelo corpo e reagem aos canabinoides – substâncias como o CBD (canabidiol), abundantes na maconha. Essa ativação vem sendo alvo de diversos estudos ao redor do mundo, especialmente nos últimos anos. Algumas dessas pesquisas buscam compreender justamente a relação entre os receptores e a pressão arterial.
Por exemplo, um estudo intitulado “Canabinóides na hipertensão arterial, pulmonar e portal – mecanismos de ação e significado terapêutico potencial”, publicado em 2018 na British Pharmacological Society, apontou que o Sistema Endocanabinóide tem atuação no controle da hipertensão.
A pesquisa foi realizada em animais, que ingeriram canabinóides não-psicóticos. O estudo chegou à conclusão que “os canabinóides exercem efeitos pleiotrópicos no sistema cardiovascular por meio de vários mecanismos centrais e periféricos, tanto na normotensão quanto na hipertensão”.
Além disso, os cientistas relataram que a ativação dos receptores CB1 periféricos levou principalmente a uma diminuição da pressão arterial. Os resultados variaram de acordo com o tipo de hipertensão, idade, sexo e canabinóides usados.
O próximo passo da pesquisa é se aprofundar nos efeitos dos canabinóides não psicóticos, como o CBD, em receptores periféricos restritos e sua interação com alimentos ou medicamentos anti-hipertensivos. Em seguida, conduzir estudos em humanos, o que representará uma grande virada nesse campo de pesquisa, pois mostrará com maior precisão os efeitos dos canabinóides no organismo e no controle da pressão.
Em todo caso, avaliar que as substâncias presentes na cannabis estão diretamente ligadas à diminuição da pressão arterial graças à ação dos receptores do Sistema Endocanabinóide é um grande passo.
Em outro estudo interessante, publicado em 2016, não foram encontradas evidências que relacionem o uso da cannabis à hipertensão, afastando o receio de que a planta pudesse piorar o quadro de hipertensão.
A pesquisa intitulada “Uso de cannabis e níveis de pressão arterial: Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos” não observou nenhuma associação entre o uso recorrente da cannabis e quadros de hipertensão ou pré-hipertensão, mesmo em pacientes que consomem regularmente a planta.
É claro que muitos outros estudos precisam ser conduzidos, sobretudo em humanos. Mas os primeiros resultados têm sido animadores e promissores, mostrando que a cannabis é uma planta muito mais complexa do que se poderia imaginar e que as relações entre cannabis e hipertensão devem sim ser exploradas pela ciência.
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Para circular por todo o organismo levando oxigênio, o sangue que é bombeado a partir do coração exerce uma força natural contra as paredes internas das artérias. Nesse processo, os vasos sanguíneos apresentam uma certa resistência natural a essa passagem. Essa disputa é que determina a pressão arterial.
O sal nesse contexto pode contribuir para dificultar ainda mais tal pressão para a passagem do sangue, por causa de uma característica química do cloreto de sódio (sal de cozinha). É por isso que, para pessoas que têm predisposição à pressão alta, essa substância aparentemente inocente é na verdade um veneno.
A pressão arterial oscila bastante ao longo do dia, e isso é normal. Em situações de repouso ela é mais baixa e em situações de estresse pode aumentar. O que configura a hipertensão é a constatação da pressão igual ou superior a 14 por 9 na maior parte do dia, o que indica que o indivíduo enfrenta um desgaste maior do coração e dos vasos sanguíneos no bombeamento e passagem do sangue. Atualmente, muitos médicos já consideram a pressão 13 por 8 como indício de que algo não está bem.
📌 O ideal é que a média da pressão arterial de um indivíduo em situação normal seja de 12 por 8, considerado um padrão internacional.
A hipertensão pode ter muitos efeitos danosos, sendo o infarto o pior deles. Essa condição acontece quando há um desgaste muito forte do coração e das artérias na tentativa de bombear o sangue e receber a oxigenação necessária.
Outra doença grave que pode ser ocasionada pela hipertensão é o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nesse quadro, a pressão alta pode fazer com que as artérias da região da cabeça não consigam se dilatar, fazendo-as ficar suscetíveis a entupimentos e levando ao AVC.
Por fim, a hipertensão pode levar à insuficiência renal, pois o quadro pode evoluir a ponto de os rins não conseguirem filtrar o sangue da maneira como deveriam.
Por todos esses motivos, controlar a pressão, fazer acompanhamento médico e, se for o caso, fazer uso de medicamentos são questões cruciais para a saúde. Se há predisposição à hipertensão na família, é importante fazer acompanhamento médico mesmo sem sintomas – isso porque há questões de hereditariedade na apresentação da doença.
Além dessa questão genética, a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, o excesso de consumo de sal e de álcool e a exposição constante ao estresse são questões apontadas como fatores que podem acarretar na hipertensão.
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