Uma das enfermidades mais cruéis que existem, a Doença de Alzheimer se desenvolve lentamente e vai tirando do paciente a capacidade de cuidar de si próprio progressivamente. Embora ainda não exista cura para a doença, cada vez mais pessoas estão descobrindo que a relação entre cannabis e Alzheimer pode resultar em uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Mas como?
A seguir, vou falar um pouco sobre o que é a doença de Alzheimer, como ela se desenvolve e como a cannabis medicinal pode devolver um pouco da qualidade de vida para os pacientes.
Doença de Alzheimer é uma patologia progressiva cuja causa específica ainda é um mistério para a ciência. Ela é diagnosticada geralmente depois dos 60 anos e evolui rapidamente, comprometendo as funções cerebrais até levar o paciente a um estado de demência.
Como consequência da doença, os pacientes diagnosticados com Alzheimer apresentam sintomas como perda de memória, da capacidade de linguagem, da razão e da habilidade de socializar. A expectativa de vida após o diagnóstico não passa de 10 anos.
Cientistas acreditam que há predisposição genética para o Alzheimer, pois observou-se que pacientes com histórico familiar da doença apresentam os primeiros sintomas mais cedo do que pacientes sem histórico familiar, por volta dos 50 anos.
A doença de Alzheimer recebeu esse nome devido ao psiquiatra e neurologista alemão Alois Alzheimer, considerado o primeiro a identificar e descrever a patologia, lá no final do século XIX.
Além da hipótese genética, há outras frentes de estudo para tentar descobrir as causas do Alzheimer. Cientistas levantam a possibilidade da ação de algum vírus e também a deficiência de certas enzimas e proteínas no organismo. O real motivo, no entanto, segue um mistério.
Embora seja uma planta muito poderosa, a cannabis não tem o poder de curar o paciente com Alzheimer. No entanto, pelo que já se sabe e pelos relatos de cuidadores de pacientes, o uso da planta para fins medicinais retarda uma série de sintomas da doença de Alzheimer, ajudando tanto o paciente quanto seus cuidadores a ter uma vida mais tranquila.
Para citar um exemplo, veja o relato dos familiares do paciente Ivo Suzin. Ivo foi diagnosticado com Alzheimer aos 52 anos e a doença evoluiu rapidamente. De personalidade tranquila, o paciente passou a apresentar um comportamento agressivo constante (característica comum da doença).
Desesperados, os familiares não sabiam o que fazer. Até que descobriram a cannabis medicinal. Felipe, filho de Ivo, relata:
“Eu percebi a melhora depois do tratamento com a planta, que se iniciou em janeiro de 2019. E no início do ano ganhamos o direito de plantar a maconha de forma terapêutica e hoje eu mesmo a extraio e dou para o meu pai. Os resultados foram surpreendentes. Hoje, mesmo não sabendo meu nome, ele fica bem mais calmo, sorridente e chega até a me abraçar e beijar. Apresentou melhora no sono e até para comer. Temos paz e ganhamos qualidade de vida”.
Usando como base o relato emocionante de Felipe, podemos elencar uma série de benefícios da cannabis para pacientes com Alzheimer:
Usar o óleo de cannabis full Spectrum desde o diagnóstico da Doença de Alzheimer pode ajudar bastante pois retarda boa parte dos sintomas descritos acima. Mas como a cannabis consegue ser tão poderosa no tratamento do Alzheimer? Vamos entender a seguir.
A cannabis sativa é cultivada e usada há pelo menos 5 mil anos. Apesar disso, boa parte dos estudos e das descobertas acerca do poder medicinal da planta aconteceram nas últimas décadas. Parte disso se deve ao preconceito e a guerra à planta travada por muitos governos.
Já foram identificados mais de 400 componentes químicos ativos na maconha. Alguns desses são específicos da planta: os canabinóides. Temos diversos canabinóides, mas alguns dos mais conhecidos são o CBD (Canabidiol) e o THC (Tetra-hidrocanabinol), o Canabinol (CBN) e o Canabigerol (CBG).
No começo dos anos 90, cientistas descobriram um par de receptores presentes no cérebro e em outras partes do corpo que reagem positivamente aos canabinóides. A esses receptores foi dado o nome de Sistema Endocanabinóide.
O Sistema Endocanabinóide possui os receptores CB1 e CB2 que entram em ação quando os canabinóides presentes na maconha são ingeridos, geralmente através do óleo de cannabis full Spectrum.
Ingerir o óleo de cannabis é poderoso porque ele age diretamente no cérebro, ajudando a controlar a região cerebral e acalmando os pacientes e ajudando em questões como insônia e perda de apetite. Quando ativados, os receptores espalhados por outras partes do corpo também ajudam a tratar inflamações e dores musculares.
Além disso, estudo realizado mostra que o óleo de cannabis ajuda a conter a formação de beta-amilóide no cérebro. Trata-se de uma fibra proteica que se forma e que acaba prejudicando o funcionamento da região onde é formada. Os ativos presentes no CBD (canabinóide da maconha) removem a formação dessas proteínas.
A formação de beta-amilóide é uma característica relativamente comum observada em pacientes com Alzheimer. Pegajosa, essa proteína se junta rapidamente, formando placas. A proliferação da mesma está associada ao quadro de demência, já que o processo causa degeneração das células cerebrais.
Além disso, os agrupamentos de beta-amilóide podem bloquear a sinalização entre as células nas sinapses. Eles também podem ativar as células do sistema imunológico, causando inflamações e devorando células deficientes.
Ainda são necessários mais estudos, mas se realmente ficar provado que o óleo de cannabis ajuda a conter esse processo, estaremos diante de uma descoberta muito significativa.
Leia também: Maconha é retirada da lista mundial de drogas perigosas após recomendação da OMS
Chamamos de full Spectrum o óleo de cannabis que é extraído de modo a conservar todos os componentes da planta. Não se preocupe pois essa extração é realizada em laboratório, de modo a conservar o poder medicinal da maconha sem produzir nenhum efeito psicoativo.
No Brasil, temos algumas associações de pacientes que produzem o óleo e distribuem para seus associados. A nível federal, o congresso está discutindo a estruturação de uma cadeia de produção de medicamentos à base de cannabis que envolve inclusive a distribuição via SUS. Mas o projeto em questão, de autoria do deputado Paulo Teixeira, ainda está longe de virar lei. Muitas discussões e articulações precisam ser feitas.
Gostou do artigo? Fique de olho no blog da Linha Canábica da Bá! Não esqueça de conhecer a HempVegan, cosméticos naturais e veganos com efeitos terapêuticos.