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Escritores Cannábicos

Dia Nacional do Escritor – 25 de julho

☕ Você sabia que tínhamos um dia para comemorar o trabalho das escritoras e escritores brasileiros? Apesar da iniciativa existir desde metade do século passado, muitos ainda não conhecem essa comemoração.

E a história por trás desse dia? Já ouviu falar? Caso não, chegou a hora de conhecer isso e muito mais: a LCB trouxe, em comemoração, uma lista de escritores brasileiros que citam ou desenvolvem a Cannabis em seu trabalho. Animou? Bora lá!

Da literatura mais clássica aos escritores acadêmicos e gibis, é uma lista imperdível pra todos os públicos de leitura!

🔍 Começando pelo começo: quando surgiu esse dia? Qual a importância para a história da nossa literatura?

Origens da comemoração

Posse do escritor Jorge Amado na Academia Brasileira de Letras, em 1961. [1]
Jorge Amado sendo empossado na Academia Brasileira de Letras, em 1961, um ano após a criação da data comemorativa. Fonte: Acervo Arquivo Nacional, domínio público

Em 1960 era realizado o I Festival do Escritor Brasileiro, mais precisamente no dia 25 de julho. O evento era patrocinado pela UBE – União Brasileira de Escritores, associação que possuía em sua vice-presidência ninguém menos que Jorge Amado, autor de Capitães de Areia e outros clássicos do século XX.

Estávamos sob o governo JK (Juscelino Kubitschek), que durou entre 1956 e 1961. Um dos seus ministros da cultura durante a gestão, o político Pedro Paulo Penido, decidiu abraçar a iniciativa da classe organizada de escritores e institucionalizou a comemoração. No dia 25, quando era realizado o festival, criou-se na mesma data o Dia Nacional do Escritor, a ser comemorado anualmente.

A ideia se consolidou com os anos e hoje é vista como um importante lembrete da importância de nossas escritoras e escritores. É comumente celebrada em bibliotecas, livrarias e universidades com atividades, oficinas e palestras. Não só possui importância comercial para o setor editorial, como também para a preservação do patrimônio cultural do país e das políticas de incentivo à literatura nacional.

Cannabis na Literatura Nacional

Não é uma novidade que a Cannabis pode ser um instrumento inovador para a criatividade; ajudando no trabalho de qualquer artista ou produtor cultural. Entretanto, nem todos buscaram utilizar os efeitos da planta, mas sim retratar através da escrita a realidade que a cerca no nosso país. Muitos nunca utilizaram, mas cultivaram um respeito pelo estudo de sua importância.

Por isso nessa lista teremos livros sérios e descontraídos, pra ninguém ficar de fora! Afinal, a Cannabis é fonte de inspiração e criação para os mais diversos gêneros da literatura, sendo impossível resumir essa lista sem esquecer algum nome. Sem falar na maior dúvida histórica: quantos escritores usaram a erva mas simplesmente não quiseram expressar? Difícil dizer, mas aqui vão algumas obras escolhidas pela LCB:

Verão da Lata: Um Verão que Ninguém Esqueceu

Wilson Aquino, 2012

Comentando um dos eventos mais caricatos da história brasileira com a Cannabis, essa obra é necessária para qualquer maconheiro que se preze. Wilson fala, nesse livro, sobre o Verão da Lata: quando quase 23 toneladas de maconha chegaram boiando no litoral sul do Brasil, fruto de um problema numa embarcação do tráfico de drogas transatlântico.

A história envolve até a DEA, principal escritório norte-americano de repressão ao tráfico, que ficou sabendo da embarcação e pediu ações à marinha brasileira. Mas, no final, acabou que as latas animaram um verão que seria bem careta no século passado.

Almanaque das Drogas

Tarso Araujo, 2012

https://almanaquedasdrogas.files.wordpress.com/2012/06/capa.jpg

Para quem busca um resumo geral e amplo sobre o tema do consumo de drogas – atual ou historicamente – uma ótima escolha é o Almanaque das Drogas. Com fotos, imagens, ilustrações e histórias, é um compêndio perfeito para ter uma visão panorâmica do uso milenar de substâncias pela humanidade.

Uma obra extremamente interativa e visual, o Almanaque é recheado de informações e gráficos para sanar suas dúvidas sobre a ciência e a história das drogas. Cruzando análises do campo da saúde, medicina e bem-estar com os conflitos históricos, esse livro é uma ideia perfeita de presente para aquele amigo proibicionista ficar de queixo caído.

Sobre o livro | Almanaque das Drogas

Diário de uma Mãeconheira

Maíra Castanheiro, 2021

“Mães não são santas. Mães são mulheres e continuam sendo mulheres depois de parir.”

Juntando contos escritos de 2015 a 2020, a autora Maíra Castanheiro publicou o Diário de uma Mãeconheira como forma de expressar uma verdade ainda bastante rechaçada no país: as mulheres e mães da vida real. Buscando deixar de lado todos os estereótipos e imposições sobre a maternidade, a coletânea de contos da autora enfatiza a importância de enxergarmos as mães como mulheres comuns, possuindo desejos, fraquezas e sonhos.

Ao invés de reforçar a ideia bastante consolidada de uma maternidade “santa”, mostra como é possível humanizar o lugar das mães através de histórias cheias de sensibilidade.

Revelando as cobranças sobre uma mulher que simplesmente pariu, Maíra mostra como são desproporcionais as exigências sobre as mulheres que são mães, muitas vezes forçadas a abandonarem sua individualidade por uma suposta vida “materna”, que praticamente se espelha num ideal religioso de pureza.

Ainda mais, a autora comunica um pouco do seu dia-a-dia no @diariodeumamaeconheira, onde também realiza lives e conversas com pessoas do meio canábico, do entretenimento à academia. A obra foi publicada com ajuda de um financiamento coletivo e realizada pela MolucoMix, que vem logo em seguida na nossa lista!

Moluscontos – uma Aventura Cannabica

Ulisses Oliveira (Molusco), 2020

Unindo anos de histórias em mais de 70 contos já publicados, a coletânea Moluscontos traz 20 desses relatos que representam muito bem a cultura cannabica brasileira. Histórias próprias que poderiam ser um patrimônio público: situações que todo maconheiro brasileiro provavelmente já viveu.

“Inspiradas nas inacreditáveis desventuras da juventude do autor, as histórias do Molusco são repletas de sexo, sardola (como ele chama a maconha) e roquenrol, ingredientes essenciais para viver a juventude nos loucos anos 90.”

Além de trazer um material acumulado de ilustrações, a coletânea também traz 16 páginas de HQ totalmente autoral. Ulisses continua publicando sazonalmente na MoluscoMix, com quadrinhos próprios que fariam qualquer grande editora salivar! O livro ainda conta com trecho do comediante e escritor Gregório Duvivier.


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Pedro Costa

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