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Um mar de clorofila: Dia Mundial do Meio Ambiente

No dia 5 de junho é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, conforme uma resolução das Nações Unidas de 1972, ratificada na Suécia.  A edição de 2021 tem o lema “reimagine, recrie e restaure” – um grande chamado para a ação das novas gerações em relação à preservação ambiental: imaginar um futuro diferente, recriar a forma como vivemos e restaurar o equilíbrio ecológico.

Nós da LCB queremos ressaltar o papel dos ecossistemas urbanos nessa empreitada – exatamente! As cidades também podem ser vistas como ecossistemas – ou seja, um lugar onde seres vivos se relacionam.

As cidades têm animais, insetos, plantas,  e microorganismos  próprios. Não só vivem nela humanos, mas toda uma teia de relações biológicas. Por isso, uma das principais metas levantadas nesse Dia do Meio Ambiente é “tornar as cidades verdes”… mas por quê? 

🔍 Vamos entender melhor a importância da ecologia nas cidades? 

🚨 E mais importante ainda – como a 🌱 Cannabis pode ser uma aliada de grande valor nessa transformação urbana 🏦

Ecologia?

Depois do crescimento exponencial dos movimentos de preservação ambiental, principalmente após a década de 1980, a palavra ecologia quase virou sinônimo de qualquer coisa que seja “preocupada com o ambiente”. No mercado, por exemplo, encontramos diversos produtos com o selo “ecológico” ou “eco” – buscando tocar na fatia de consumidores que se importa com a natureza. 

😮 Mas, infelizmente, ecologia é uma coisa mais complicada do que sacola retornável ou canudo de metal.

Ecologia é uma área ampla das ciências biológicas que trata das relações entre seres vivos. Veja: nenhum ser vivo se mantém ou surge sozinho. Você pode fazer várias coisas como indivíduo, mas a maioria das atividades requer que você interaja com outros seres.

Para os outros seres vivos é a mesma coisa. Imagine um peixe no rio: se ele se alimenta de outros peixes, precisa que esses outros existam, certo? Os peixes menores, por sua vez, também precisam se alimentar – geralmente de pequenos anfíbios como girinos. 

Já os girinos precisam comer os vegetais suspensos na água – como limo – para se desenvolver. Então é necessário que exista, naquele rio, alguma planta que se desenvolva de forma estável e contínua.  

Como você pode ver, poderíamos seguir esse caminho infinitamente até chegar nos fungos decompositores – ou fazer o caminho de volta até o predador de topo de cadeia que come os peixes maiores, como um falcão. Assim, toda a vida em um bioma ou ecossistema se relaciona – mesmo que indiretamente. 

Entender essa conexão é central para buscar um equilíbrio duradouro nos biomas. Mas e as cidades? Será que elas possuem algo parecido?

Ecossistema urbano

As cidades ao redor do mundo tem diferentes características – mas podemos resumir dizendo que todas elas são, pelo menos, um amontoado de humanos e suas coisas (carros, casas, prédios, ruas, lixeiras, sacolas, caixas…).

Esses humanos precisam, necessariamente, se alimentar e descansar. Por isso, as cidades têm bastante comida e abrigo – aquilo que boa parte dos animais também busca. Além dos nossos gatos e cachorros, todas as cidades estão recheadas de seres vivos que cumprem diferentes funções – sendo eles fofos ou não.

Boa parte dos animais na cidade são adaptados para viver das nossas sobras – e talvez o exemplo mais clássico seja o rato. Animais como pequenos roedores se dão bem nos biomas urbanos diante da sua capacidade de comer praticamente qualquer coisa (onivorismo), esgueirar-se em pequenos locais e reproduzir-se rapidamente.  A maior parte deles tem pelo acinzentado, característica que ajuda a passar despercebido. Vemos o mesmo em pombas e outras aves.

Outro roedor que se encaixa nesse grupo, os esquilos, estão presentes aos milhões nas metrópoles ao redor do planeta. Além de ágil e hábil na escalada, seus dentes regenerativos permitem roer tanto árvores quanto embalagens plásticas. Tanto embalagens de comida quanto de… qualquer outra coisa. Isso é um problema enorme para a infraestrutura local, por exemplo. Na verdade, esquilos já são a principal fonte de quedas de energia em todo os EUA, sendo apenas comparável aos estragos causados pela chuva. 

Em 2015, um só esquilo foi responsável por roer a fiação de toda uma unidade de distribuição em São Francisco, cortando a luz de mais de 45 mil residências. Doido, né?

Não faltam exemplos de como o rápido crescimento das cidades têm abalado a nossa relação com os outros biomas e a nossa saúde – pois nem todos os animais estão adaptados para viver ao lado de humanos. Você já deve ter visto algum vídeo de urso invadindo uma casa ou de um macaco roubando lixo – normalmente porque perderam seu habitat natural. 

A crise do coronavírus, ao que parece, surgiu após o convívio prolongado de animais silvestres com humanos em locais muito populosos, criando uma ponte que facilitou o salto do vírus para nós. Animais que normalmente não conviveriam conosco, nem seus microorganismos. Mas com o atual modelo de desenvolvimento, tais interações negativas já estavam previstas pela ciência.

Não temos mais tempo para apenas mitigar os efeitos ruins e empurrar o problema para a frente. Situações como essa demonstram a importância de estabilizar ecologicamente os ambientes urbanos, e com urgência. Para isso, um dos primeiros passos de transformação é repensar o lugar dos seres vivos na cidade, especialmente das plantas e vegetais. 

O lugar do verde

Plantas são a base de qualquer ecossistema. O oxigênio expirado por elas sustenta não só os humanos, como milhares de outros seres vivos. Os vegetais são um dos poucos produtores de energia no planeta, ou seja, não precisam se alimentar de outros seres para viver. Muito diferente de nós – que somos consumidores – altamente dependentes de toda a biomassa verde do planeta, sem a qual não haveria um ser humano sequer. 

Para recriar nossas cidades, precisamos rever a função dos vegetais na organização urbana. 

Vamos usar um exemplo para mostrar o tamanho dessa importância: uma das marcas de toda grande metrópole é o asfalto por onde transitamos – uma camada grossa de betume e concreto. Apesar de muito útil para os carros, essa forma de construção cria dois problemas: 

O primeiro é um aumento vertiginoso das temperaturas. O asfalto tem altíssima capacidade térmica, ou seja, retém boa parte do calor coletado durante o dia. Junto com o número elevado de vidros espelhados e carros metálicos, essas construções dão origem ao fenômeno cunhado de ilha de calor. Isso faz com que a cidade de São Paulo, por exemplo, registre uma média de temperatura quase 10 graus Celsius acima do que seria normal no interior. 

  • Já o segundo problema é a drenagem de fluidos.  Além do grande volume de lixo que dificulta o escoamento das chuvas, a ausência de solo vivo, terra de verdade, acaba impedindo que a água seja absorvida. Por isso enchentes são tão comuns nas grandes cidades que possuem quase nenhuma área verde, deixando famílias desabrigadas e causando prejuízos exorbitantes. 

Veja: normalmente usamos árvores para decorar as cidades, não fazê-las funcionar. Não seria mais interessante inserir o espaço verde na dinâmica de funcionamento da cidade? Como resolver os problemas acima utilizando-as?

Ampliar o espaço de solo orgânico seria uma solução tanto ambiental quanto social e econômica.  Além de aumentar a eficiência da drenagem hídrica e permitir um menor acúmulo de calor, poderia-se criar nesse solo um leque de vegetais que sejam benéficos à regulação do ambiente. Seja com hortas comunitárias ou tetos verdes, existem inúmeras alternativas possíveis – com isso, estaríamos produzindo comida, renda e reduzindo os impactos da estrutura urbana.

E sabe qual planta tem todo o potencial para ser protagonista nessa transição? Exatamente, a Cannabis! 

Além de ser versátil, flexível e resiliente, a Cannabis é uma planta altamente rentável. Podemos usar, do caule à semente, todos os seus componentes desde a produção têxtil até a criação de fármacos ou plásticos biodegradáveis.

Hoje, nas principais capitais do mundo, já se encontram projetos de reconstrução urbana que utilizam o cultivo de maconha em rooftops, lajes, tetos e galerias. A viabilidade desses projetos cresce cada vez mais, sendo um possível futuro para as metrópoles do século XXI.

Seria uma forma de incentivar o cultivo mais ecológico de Cannabis que existe – o cultivo outdoor em estufas. Não importa se num canteiro ou no topo de um prédio, todo cultivo em áreas abertas é mais saudável do que plantações indoor. E melhor: sem gastar um real de luz elétrica.

Como sabemos, existe um enorme potencial luminoso diariamente desperdiçado nas cidades. A luz do sol que cria o desconforto do calor excessivo poderia ser utilizada no cultivo urbano de Cannabis por pequenos produtores e associações de moradores. Junto com outras plantas – como hortaliças – seria possível garantir uma biodiversidade pujante e até mesmo a segurança alimentar da cidade, ainda dependente da produção no campo. 

Imagine uma cooperativa de produtores agroecológicos na cidade de São Paulo. Usando um espaço que normalmente estaria abandonado, esses trabalhadores estariam gerando desenvolvimento econômico, manutenção do espaço público e aumento da qualidade do ar nos arredores. 

Seria possível que essas cooperativas tivessem algum vínculo com a educação na prefeitura, por exemplo, priorizando a venda de gêneros alimentícios para a merenda escolar e, consequentemente, reduzindo seu preço. Ainda mais – prédios atualmente abandonados e imóveis com dívidas milionárias poderiam ser realocados para moradia popular com hortas comunitárias.

Não só isso, mas boa parte do lixo orgânico das cidades que seria descartado em aterros poderia ir para a compostagem de terra utilizada nesses cultivos. Uma simples associação entre o descarte de resíduos e a produção agrícola urbana poderia atacar ao mesmo tempo dois problemas da cidade num só projeto. E muitas outras ideias sendo testadas e prototipadas pelo planeta.

Não falamos aqui de inúmeros efeitos positivos do cultivo urbano, assim como não poderíamos listar totalmente os atuais problemas das cidades. Essa é uma tarefa da sociedade como um todo, e boa parte da ciência já mergulhou em diferentes soluções. É hora de executar.

Portanto, quando a ONU fala de “tornar as cidades verdes”, não é sobre fazer parques e lagoas para um passeio de fim de semana. É criar uma dinâmica urbana que tenha como pilar a própria natureza da qual fazemos parte, sem criar desequilíbrios e catástrofes recorrentes. Tem a ver com estabilidade, enraizamento no território. O desenvolvimento de uma cidade funcional que sobreviva aos desafios do século.

🍁 E que tal colocar a planta que nos acompanha por mais de dez mil anos nesse desafio? 

🌱 Neste Dia Mundial do Meio Ambiente essa é a reflexão da LCB: levar o verdadeiro verde para as cidades!


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Pedro Costa

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