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Cannabis e Câncer de Próstata: o que já sabemos a respeito

O câncer de próstata é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), esse é o segundo tipo mais frequente da doença em homens brasileiros – atrás apenas do câncer de pele.

De acordo com o Instituto, estimam-se o aparecimento de 65.840 casos novos de câncer de próstata por ano no Brasil. Esse número corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens.

Não é só no Brasil que o câncer de próstata preocupa. Levantamento da OMS aponta que o padrão brasileiro se repete a nível mundial: a doença é o segundo tipo de câncer mais comum em homens no mundo, sendo que países da Oceania e da Europa apresentam taxas mais elevadas de incidência do que outras regiões do mundo.

Compreendendo como é importante estudar o câncer de próstata e possíveis tratamentos alternativos, muitos cientistas que sabem do poder da cannabis e dos canabinóides estão conduzindo estudos sobre como a planta pode ter efeito benéfico no tratamento da doença. A seguir, você vai entender mais sobre alguns desses estudos envolvendo cannabis e câncer de próstata e o que já se sabe sobre o assunto.

Câncer de próstata: fatores de risco e sintomas

O principal fator de risco para o câncer de próstata é a idade. Sua incidência aumenta significativamente a partir dos 50 anos. A melhor forma de tratamento ainda é o diagnóstico precoce através do exame do toque retal. Para homens que não têm histórico familiar da doença, recomenda-se a realização do exame à partir dos 50 anos. Para aqueles que têm histórico, à partir dos 45.

De acordo com o INCA, além da idade também observa-se outros fatores de risco que se repetem em um número considerável de pacientes: histórico familiar, fatores genéticos hereditários, tabagismo, excesso de gordura corporal, exposição a aminas aromáticas, arsênio e produtos de petróleo.

O câncer de próstata é um dos que apresentam desenvolvimento mais lento, podendo demorar mais de uma década para que apareçam sintomas. Dessa forma, realizar o exame e o acompanhamento frequente são as melhores maneiras de garantir que está tudo bem ou de tratar o problema na fase inicial e elevar bastante as chances de cura.

Em todo caso, os sintomas mais frequentes da doença são: micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar várias vezes durante a noite, sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil e dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos.

O urologista é o médico que cuida da saúde do homem. Ele deve ser consultado anualmente por homens à partir dos 50 anos ou sempre que o paciente notar algo incomum.

Cannabis e câncer de próstata: estudos realizados

Desde a década de 90, o número de estudos envolvendo a cannabis medicinal disparou. Apesar do preconceito e da proibição que ainda existem em relação à planta em muitos lugares, a sociedade vem evoluindo e já entende que a cannabis guarda muito potencial que precisa ser estudado.

Os estudos mais importantes envolvendo cannabis e câncer de próstata aconteceram da década de 90 para cá. Por exemplo, ainda na década de 90, a comunidade científica descobriu que receptores canabinóides podem estar presentes em quantidades maiores em células de câncer de próstata. Esse foi um importante indicativo que os canabinóides presentes na planta poderiam ter ação direta na doença.

Em 1999, um artigo publicado pelos pesquisadores L. Ruiz, A. Miguel e I. Díaz-Laviada realizado no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade de Alcalá, na Espanha, mostrou que o fitocanabinóide Delta9-tetrahydrocannabinol induziu a apoptose (termo científico que indica a morte programada de uma célula) de células do câncer de próstata do tipo PC-3. 

No estudo em questão, os cientistas chegaram à conclusão que foi o THC que levou a apoptose da célula cancerígena. O paciente não apresentava efeitos de tratamentos com outras toxinas. 

Em 2011, outra descoberta interessante envolvendo cannabis e câncer de próstata aconteceu, dessa vez na Escola de Medicina e Odontologia da Universidade de Londres. Os pesquisadores R. Piñeiro, T. Maffucci e M. Falasca publicaram artigo mostrando que o CBD (um dos canabinóides mais abundantes na maconha) atua como antagonista do receptor GPR55  – que está altamente presente em células de câncer de próstata, diminuindo a proliferação de células cancerígenas. 

Diversos outros estudos vêm sendo publicados apontando a mesma linha: canabinóides têm o poder de atuar diretamente nas células cancerígenas, seja diminuindo sua proliferação, seja causando a morte delas. 

Atualmente, a comunidade científica tem focado esforços em descobrir quais canabinóides – naturais e sintéticos – produzem melhor efeito no combate ao câncer de próstata. É um passo importante para o futuro desenvolvimento de medicamentos à base de cannabis.

O poder do óleo full Spectrum

Se por um lado a comunidade científica pretende descobrir como componentes da cannabis atuam contra o câncer de próstata, por outro podemos olhar as coisas sob uma perspectiva diferente. Se os componentes da cannabis são realmente poderosos, por que não usá-los em sua totalidade?

O óleo de cannabis full Spectrum recebe esse nome justamente porque é extraído conservando todos os componentes da cannabis, tomando-se um cuidado extra para que a dosagem de princípios como o THC seja controlada e não produza efeitos psicoativos. 

Dessa maneira, tem-se um óleo poderoso, 100% natural e que atua beneficamente não só no tratamento de sintomas do câncer, mas também de outras questões como náuseas, insônia, perda de apetite e convulsões.

Alguns países já comercializam o óleo de cannabis legalmente. No Brasil, esse processo ainda está sendo discutido, o que leva muitas pessoas a recorrerem a importação ou a ajuda de ONGs e associações.

Assim como outras doenças, a melhor alternativa se tratando de câncer de próstata é a prevenção. Por ser uma doença de desenvolvimento lento, a chances de recuperação são grandes quando o diagnóstico é feito precocemente. Procure um urologista e não tenha medo do exame. É rápido, simples e indolor. Mais do que isso, ele pode salvar vidas.

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Barbara Arranz

Biomédica, especilista em terapia canabinoide e psicodélica, habilitada em acupuntura e análises clínicas e pós graduada em cosmetologia e desenvolvimento de novos projetos pela Uniara, atualmente vivo em Madri. Mulher, mãe atípica, ativista, educadora e empreendedora.

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