Cannabis Medicinal e Câncer de Rins

Cannabis como Tratamento Complementar

A relação entre cannabis e câncer é complexa e ainda está sendo estudada extensivamente. Pesquisas indicam que receptores específicos de canabinoides podem estar envolvidos na regulação do crescimento tumoral em alguns tipos de câncer renal. No entanto, as evidências clínicas concretas são limitadas, exigindo mais pesquisas para entender totalmente os benefícios da cannabis no tratamento do câncer renal no contexto dos pacientes brasileiros.

Cannabis como Tratamento Complementar

A planta cannabis é composta por vários fitocanabinóides, sendo o Δ-9tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) os mais estudados por seus potenciais terapêuticos. O THC é psicoativo, enquanto o CBD não. Ambos podem se ligar aos receptores CB1 e CB2 no corpo, iniciando respostas variáveis conforme a proporção THC:CBD. A cannabis é medicinalmente autorizada no Canadá desde 2001, e seu uso tem sido associado a benefícios para sintomas de câncer, como dor e náusea. Apesar disso, a relação entre cannabis e câncer ainda carece de evidências robustas, levando à cautela em seu uso direto no tratamento do câncer.

O Estudo

Em 2018, o Canadá legalizou a cannabis recreativa, levando a um aumento no consumo, especialmente entre pacientes com câncer geniturinário (GU). Este estudo explorou as percepções desses pacientes sobre o uso de cannabis como parte de seus cuidados, analisando comportamentos, razões para o consumo e crenças sobre sua utilidade no tratamento do câncer. Foram analisadas 52 respostas de pacientes com câncer de bexiga, rim e próstata, revelando padrões interessantes.

Resultados

A maioria dos participantes consumia cannabis diariamente (48,1%) e a utilizava há mais de um ano (75%). As razões para o consumo variavam de ansiedade relacionada ao câncer à dor e uso recreativo. A maioria acreditava que a cannabis melhorava o sono (70,2%), ansiedade (65,9%) e humor geral (72,3%). No entanto, muitos estavam incertos (38,3%) ou neutros (31,9%) sobre a capacidade da cannabis de diminuir a progressão do câncer.

Conclusões

Este estudo revelou que pacientes com câncer GU usam cannabis para uma variedade de sintomas, indicando a necessidade de fornecer informações atualizadas aos profissionais de saúde. Apesar das percepções positivas, a falta de evidências sólidas sobre o impacto direto da cannabis na progressão do câncer destaca a importância de abordagens cautelosas em seu uso. O estudo sublinha a necessidade de diálogos abertos e informados entre pacientes e profissionais de saúde sobre o uso da cannabis no contexto do câncer.

É essencial lembrar que qualquer decisão sobre o uso da cannabis como parte do tratamento do câncer deve ser tomada em consulta com profissionais de saúde qualificados. Eles podem fornecer orientações personalizadas com base na condição específica de cada paciente, ajudando a garantir o melhor plano de tratamento possível.