Cannabis Medicinal e Doença Celíaca

Cannabis Medicinal para Doença Celíaca

A Doença Celíaca pode causar uma série de sintomas, incluindo diarreia, dor abdominal e distensão abdominal. É uma doença auto-imune que pode causar inflamação no intestino. Como há um grande número de receptores canabinóides no intestino ( e expressão alterada dos receptores CB1 e CB2 no intestino em celíacos ), os fitocanabinóides podem ser usados ​​para tratar a inflamação que surge da doença celíaca.

Doença Celíaca ou Intolerância ao Glúten

A Doença Celíaca, conhecida como Intolerância ao Glúten, é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína presente no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados, incluindo massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque e certos doces. Essa condição compromete a capacidade do organismo de absorver nutrientes dos alimentos, vitaminas, minerais e água.

Manifestações

Os sinais costumam surgir entre os seis meses e dois anos e meio de idade, mas isso pode variar. Indivíduos afetados podem experimentar sintomas na fase adulta, tais como:

• Diarreia persistente ou constipação;
• Dor abdominal crônica;
• Inchaço abdominal;
• Lesões no revestimento intestinal;
• Perda de apetite;
• Má absorção de nutrientes;
• Osteoporose;
• Anemia;
• Perda de peso e desnutrição.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado por um especialista em saúde, que avalia os sintomas do paciente. Exames como biópsia intestinal por endoscopia, análises sanguíneas e/ou adoção de uma dieta rigorosamente sem glúten podem ser necessários para confirmar a condição.

Tratamento

O tratamento principal envolve a adoção de uma dieta completamente livre de glúten, a eliminação dessa proteína da alimentação resulta na remissão dos sintomas. Para os pacientes, o desafio reside na adaptação aos novos padrões alimentares restritos. A doença celíaca não possui cura, portanto, a dieta sem glúten deve ser seguida estritamente ao longo da vida. É crucial que os celíacos estejam cientes do risco de desenvolver câncer intestinal e possíveis complicações de fertilidade.

A Cannabis Medicinal e a Doença Celíaca: Regularizando a Saúde Gastrointestinal

Um estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Teramo, na Itália, e publicado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA revelou a presença de anandamida (considerada a "Cannabis natural" do corpo) e receptores canabinoides, tanto do tipo 1 (CB1) quanto do tipo 2 (CB2) no trato gastrointestinal.

Os pesquisadores examinaram os efeitos da Cannabis em pacientes celíacos não tratados e naqueles que seguiram uma dieta sem glúten por pelo menos 12 meses. Descobriram níveis mais elevados de CB1 e CB2 durante a doença ativa, enquanto pacientes tratados apresentaram níveis normais de receptores canabinoides.

O estudo concluiu que "a regulação positiva de CB1 e CB2... sugere um potencial terapêutico ao direcionar os receptores canabinoides em pacientes com doença celíaca".

A influência benéfica da Cannabis sobre o trato gastrointestinal também foi observada em outras condições, como a Síndrome do Intestino Irritável e distúrbios gastrointestinais funcionais, associados a mudanças na função intestinal, dor abdominal e outros sintomas.

Um estudo piloto realizado por pesquisadores do Canadá, Polônia e Alemanha investigou se os sintomas característicos da Síndrome do Intestino Irritável estão relacionados a alterações nos níveis de ácidos graxos endocanabinoides ou canabinoides em pacientes com a doença.

A pesquisa apoiou a ideia de que o Sistema Endocanabinoide desempenha um papel na fisiopatologia da Síndrome do Intestino Irritável e no desenvolvimento dos seus sintomas.

Portanto, o Sistema Endocanabinoide está presente e sua desregulação pode afetar a saúde do trato gastrointestinal. A Cannabis não é apenas uma solução para a doença celíaca; ela também pode ajudar a aliviar os sintomas, incluindo dor, náuseas, perda de peso e dores de cabeça.

No entanto, a melhor abordagem para evitar esses sintomas ainda é a prevenção. Os pacientes celíacos devem evitar o glúten e, com a orientação médica adequada, considerar a terapia canabinoide para colher os benefícios desse tratamento.