Neste artigo vamos entender o que é esclerose múltipla, quais os sintomas dessa doença e o que a ciência já sabe sobre o uso da cannabis no tratamento da esclerose múltipla, com base em estudos existentes. Vamos lá?
A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune. O sistema imunológico de pacientes que apresentam a enfermidade ataca o próprio sistema nervoso central, causando lesões cerebrais e medulares.
Os cientistas ainda não sabem exatamente o que causa a esclerose múltipla, mas notaram uma incidência maior da doença em mulheres na faixa dos 20 a 40 anos.
Pacientes com esclerose múltipla podem apresentar uma série de sintomas, que começam leves e esporádicos mas vão aumentando de frequência e intensidade com o passar do tempo. Destacam-se sintomas como: fadiga intensa, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares, disfunção intestinal e da bexiga e depressão.
De acordo com dados da ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla), estima-se que cerca de 40 mil brasileiros sejam portadores da doença.
A esclerose múltipla ainda não tem cura e não há meios científicos para conter o avanço da doença. O que a ciência pode fazer no momento é retardar o máximo possível o avanço dos sintomas, para oferecer ao paciente um tempo maior de qualidade de vida.
Nesse contexto, cientistas estudam como as propriedades medicinais da cannabis podem servir como um medicamento natural para ajudar pacientes com esclerose múltipla a retardar o avanço da doença e melhorar o quadro como um todo. O que já se sabe até agora? Descubra!
Como a cannabis pode ajudar pacientes com esclerose múltipla?
A cannabis é uma planta quimicamente fascinante. Ela carrega mais de 400 componentes, muitos deles exclusivos da cannabis, os chamados canabinóides. Há registros do uso da maconha para fins medicinais e recreativos há milênios, mas só no último século a planta foi criminalizada e passou a ser vista como uma ameaça.
Estudos sobre o poder da cannabis para fins medicinais são conduzidos há muitas décadas. Um dos maiores avanços se deu entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, quando cientistas descobriram que nós possuímos um par de receptores, CB1 e CB2, que reagem positivamente aos canabinóides da maconha. Esses receptores estão presentes no sistema nervoso das pessoas, mas também estão localizados em outras partes do corpo.
Ter essas informações em mente ajuda a entender de maneira simples porque a cannabis realmente tem o poder de ajudar o organismo a lidar com certas doenças.
O estudo “O uso da maconha para o tratamento da esclerose múltipla”, publicado no Brazilian Journal of Development, fez um apanhado de tudo o que já se sabe sobre o uso da cannabis e dos canabinóides no tratamento dos sintomas da esclerose múltipla. No artigo, os autores explicam:
“em situações onde o paciente não responde mais aos tratamentos convencionais, como no caso do antiespásticos, relaxantes musculares ou benzodiazepínicos, os medicamentos à base dos canabinóides tetrahidrocanabinol e canabidiol, que são obtidos da Cannabis sativa, está sendo um tratamento alternativo para a dor e espasticidade na EM [Esclerose Múltipla], devido sua ação sedativa no sistema nervoso central”.
O estudo segue explicando o poder do canabidiol, um dos canabinóides mais presentes na maconha:
“O canabidiol detêm de propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e ansiolíticas, sendo possível antagonizar efeitos psicoativos do Δ9 -THC, fazendo com que mantenha suas propriedades farmacológicas sem apresentar efeitos colaterais graves nos pacientes”, analisa o artigo.
O estudo conclui destacando que tanto o tetrahidrocanabinol quanto o canabidiol são destacados por suas propriedades medicinais, possuindo ampla margem de segurança em suas doses terapêuticas para tratar diversos sintomas da esclerose múltipla, como dores crônicas, inflamações e diminuição da espasticidade muscular. Mostra ainda que o controle desses sintomas ajuda a diminuir os quadros de depressão e ansiedade, muito comuns em pacientes que sofrem da doença.
Vale ressaltar que a esclerose múltipla é uma doença que demanda muita atenção. A cannabis medicinal pode atuar ajudando a amenizar muitos sintomas, mas ela não dispensa outros medicamentos que complementam o tratamento dos pacientes. Também é necessário um acompanhamento com uma junta de profissionais que incluem médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
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Cannabis já é usada como medicamento para esclerose múltipla no Reino Unido
No Reino Unido já há um medicamento à base de cannabis que está disponível no sistema público de saúde para pacientes com esclerose múltipla de grau moderado a severo. O composto se chama Sativex e é indicado para atenuar sintomas relacionados a espasmos musculares e rigidez em casos onde os demais medicamentos não estão surtindo os efeitos esperados.
De acordo com a organização britânica Multiple Sclerosis Society (MS Society), 1 em cada 4 pacientes com esclerose múltipla que participaram de uma pesquisa criada pela organização disseram fazer uso da cannabis para tratar sintomas da doença. De acordo com esses pacientes, a maconha é especialmente útil para aliviar a dor e os espasmos musculares.
No Brasil, as discussões sobre a legalização da maconha para fins medicinais ainda parecem longe de uma conclusão. Por hora, não temos nenhum medicamento à base de cannabis para tratar a esclerose múltipla.
Se o paciente quiser fazer uso desse tipo de tratamento, precisará de uma autorização para importar o medicamento – o que pode ser custoso, burocrático e demorado.
O óleo de cannabis full Spectrum conserva todos os componentes medicinais da cannabis em concentração que traz os benefícios sem causar efeitos psicoativos, ou seja, sem deixar o paciente “chapado”.
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