Convulsões e Distúrbios Convulsivos o que é:
Um episódio convulsivo é uma condição caracterizada pela contração muscular involuntária de todo o corpo ou de partes específicas, desencadeada por uma atividade elétrica excessiva em áreas específicas do cérebro.
Existem dois tipos de episódios convulsivos: parciais, ou focais, ocorrendo quando apenas uma parte do hemisfério cerebral é afetada por impulsos elétricos desorganizados, e generalizadas, quando ambos os hemisférios cerebrais são envolvidos.
Emoções intensas, exercícios vigorosos, certos sons, músicas, odores ou luzes intensas podem agir como desencadeadores desses episódios. Outras condições, como febre alta, falta de sono, menstruação e estresse, podem facilitar a ocorrência de episódios, embora não sejam consideradas desencadeadores.
Causas
Em alguns casos, não é possível identificar a causa do episódio convulsivo. Entre as possíveis causas identificáveis, destacam-se:
- Febre alta em crianças com menos de 5 anos;
- Doenças como meningite, encefalite, tétano, tumores cerebrais, infecção pelo HIV, epilepsia, entre outras;
- Traumas cranianos;
- Síndrome de abstinência após uso prolongado de álcool ou outras drogas, ou efeitos colaterais de certos medicamentos;
- Distúrbios metabólicos, como hipoglicemia, diabetes, insuficiência renal, entre outros;
- Falta de oxigenação no cérebro.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas variam de acordo com o tipo de episódio convulsivo, a região cerebral envolvida e a função desempenhada por essa área no organismo.
Nos episódios parciais, podem ocorrer ou não alterações no nível de consciência, associadas a sintomas psicológicos e sensoriais, como movimentos involuntários em alguma parte do corpo, perda ou alteração das sensações de paladar, olfato, visão, audição e fala, alucinações e vertigens. Em alguns casos, essas manifestações são leves e podem ser erroneamente atribuídas a problemas psiquiátricos.
Existem diversos tipos de episódios convulsivos generalizados, sendo os dois mais comuns a crise de ausência, ou pequeno mal, e a convulsão tônico-clônica, ou grande mal.
Na crise de ausência, as pessoas ficam com o olhar perdido por alguns segundos, como se estivessem distraídas, e não respondem a chamadas. Se a ausência durar mais de dez segundos, o paciente pode apresentar movimentos automáticos, como piscar de olhos e tremor nos lábios, por exemplo. Essas crises podem ser tão breves que o paciente pode nem perceber o que aconteceu.
Por outro lado, as convulsões tônico-clônicas envolvem uma perda súbita de consciência. O episódio dura apenas alguns minutos. Na fase tônica, todos os músculos dos braços, pernas e tronco ficam rígidos, contraídos e estendidos, enquanto o rosto adquire uma tonalidade azulada. Em seguida, a pessoa entra na fase clônica, caracterizada por contrações rítmicas, repetitivas e incontroláveis. Em ambas as fases, a saliva pode se acumular, tornando-se espumosa. A mordida resultante pode levar ao sangramento da língua.
Diagnóstico
Ao considerar o diagnóstico e tratamento, é útil observar as seguintes características durante as convulsões:
- Durante o episódio: anote a duração (use um relógio);
- Observe se há contrações em um lado ou em ambos os lados dos braços e pernas; observe se os olhos e a boca estão fechados ou abertos; verifique se a face fica azulada. Observe se a pessoa responde a chamadas ou permanece inconsciente;
- Após o término das contrações musculares: observe se a pessoa recupera a consciência ou permanece sonolenta;
- Observe se consegue falar e responder a perguntas;
- Veja se lembra do que aconteceu;
- Observe se o movimento retorna ao normal;
- Observe se a dificuldade de movimentação se concentra em um lado do corpo.
Além dessas observações, os seguintes exames são recursos cruciais para investigar as causas das convulsões e determinar o tratamento:
- Eletroencefalograma
- Tomografia computadorizada
- Ressonância magnética do crânio
- Análise do líquor
- Videoeletroencefalograma.
Tratamento
Em pacientes cujas convulsões são provocadas por álcool, drogas, efeitos colaterais de medicamentos ou distúrbios metabólicos, a redução do risco de episódios futuros ocorre ao remover essas substâncias ou corrigir o problema orgânico. Em outros casos, vários medicamentos são prescritos de acordo com o tipo de convulsão para prevenir recorrências e garantir o controle dos episódios.
Recomendações
Em caso de um episódio convulsivo:
- Posicione a pessoa de lado para evitar que engasgue com saliva ou vômito;
- Remova objetos ao redor que possam causar ferimentos;
- Afrouxe as roupas;
- Incline o queixo para facilitar a respiração;
- Não insira objetos na boca ou tente puxar a língua para fora;
- Procure assistência médica imediatamente após o término do episódio.
Observação importante:
Convulsão não é sinônimo de epilepsia. Epilepsia é uma condição específica que torna a pessoa propensa a episódios convulsivos, mesmo na ausência de fatores como febre alta, lesões na cabeça, acidentes vasculares cerebrais ou tumores cerebrais.