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Dia Internacional da Síndrome de Down: como a maconha medicinal está ajudando pacientes

Este mês comemoramos o Dia Internacional da Síndrome de Down. A síndrome de Down é uma condição genética que afeta 1 em cada 700-1000 nascidos vivos. Ela é causada pela trissomia total ou parcial do cromossomo 21, ocasionando comprometimento intelectual e atrasos no desenvolvimento dos indivíduos afetados.

O que os estudos vêm mostrando, no entanto, é que a cannabis e o sistema Endocanabinóide podem ter relação direta com a melhora da qualidade de vida de pacientes diagnosticados com a síndrome.

O sistema Endocanabinóide é um conjunto de receptores presentes em todo ser humano. Ele é formado pelos receptores CB1 e CB2, que reagem positivamente aos canabinoides (substâncias naturais presentes na maconha). 

Tal Sistema foi descoberto no começo da década de 90 e, desde então, vem sendo alvo de uma série de estudos que ajudam a entender porque a maconha medicinal é tão poderosa e como ela age no organismo humano.

A seguir, você vai entender melhor como esse processo funciona e como a maconha está representando uma esperança para milhares de pacientes.

Síndrome de Down: principais consequências da condição 

Cada portador da Síndrome de Down apresenta um quadro único. Alguns desenvolvem mais o intelecto, outros apresentam maiores dificuldades. No geral, quem porta a síndrome apresenta comprometimento intelectual e dificuldade para falar e se expressar. Muitos são agitados e apresentam certa dificuldade para socializar.

No entanto, é altamente recomendado que as crianças com a síndrome frequentem a escola, interajam com outras crianças e desenvolvam autonomia. Com o ensino adequado, essas crianças podem aprender a ler, a escrever e a fazer contas.

Há uma série de questões de saúde que podem acometer portadores de Síndrome de Down em uma proporção maior do que outras pessoas, incluindo anormalidades cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas, auditivas e visuais. Quando a criança faz acompanhamento médico desde cedo, as chances de tratamento dessas doenças são muito maiores e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.

A ciência não conseguiu descobrir ainda o que causa a condição genética da Síndrome de Down. O que se sabe é que mulheres que engravidam após os 35 anos têm mais chances de seus fetos desenvolverem a síndrome. O risco aumenta ainda mais para gestantes acima dos 40.

Qual o papel da maconha medicinal na vida de pacientes com Síndrome de Down? Falaremos sobre isso a seguir.

Leia também: Cannabis e Doença de Parkinson: como a maconha pode ajudar?

Cannabis e síndrome de Down: como o CBD pode ajudar?

Como você viu no começo deste artigo, nosso corpo possui um par de receptores (CB1 e CB2) que atuam positivamente aos componentes da maconha. Portadores da Síndrome de Down também possuem esses receptores, por isso podem se beneficiar de muitos benefícios que o óleo de CBD oferece.

Uma das áreas com mais receptores do sistema Endocanabinóide é o cérebro. Quando o óleo de CBD é ingerido, ele atua diretamente ali. Os efeitos benéficos são muitos, ajudando a conter a agitação dos pacientes, melhorar o sono e também o apetite.

É importante conversar com os médicos que acompanham o paciente e trazer à tona a possibilidade de uso do óleo CBD no tratamento. Aqueles que incluíram a maconha medicinal notaram melhoras significativas no quadro como um todo.

Dos muitos canabinóides existentes, o CBD (canabidiol) e o THC (Tetra-hidrocanabinol) são os mais abundantes na planta – e os mais populares. Um óleo de cannabis eficiente contém esses dois canabinóides e todos os outros presentes na maconha. A grande questão é que a dosagem de cada um desses componentes é cuidadosamente ajustada de modo a trazer o máximo de benefícios para cada paciente.

Cada vez mais evidências anedóticas e acadêmicas têm surgido nos últimos anos sobre a infinidade de benefícios à saúde por trás da cannabis. Agora, alguns estudos aludem à possibilidade da cannabis ser capaz de aliviar os sintomas da Síndrome de Down

Atualmente, não há estudos em animais ou humanos que examinem especificamente como a cannabis interage com a síndrome de Down. No entanto, existem evidências que mostram que o sistema endocanabinoide provavelmente desempenha um papel na Síndrome de Down e que o uso de canabinoides pode ser capaz de reduzir os sintomas da doença. 

Um  estudo  conduzido em 2008, por exemplo, descobriu que pessoas com Síndrome de Down tendem a ter maior atividade entre seus receptores canabinoides tipo 2 (CB2) e a enzima DAAH (que decompõe o endocanabinoide, anandamida) em suas placas beta-amilóides.

Enquanto isso, um  estudo  conduzido em 2019 descobriu que ratos com Síndrome de Down tendem a ter mais receptores canabinóides tipo 1 (CB1) em seu hipocampo, a área do cérebro responsável pela memória, do que ratos sem a doença. Os pesquisadores descobriram então que o bloqueio desses receptores CB1 com medicação ou terapia genética restaurou os déficits em sua memória, plasticidade sináptica e neurogênese adulta (o crescimento de novas células cerebrais no cérebro adulto). 

 

Embora essas descobertas por si só não confirmem se o sistema endocanabinóide é realmente disfuncional em pessoas com Síndrome de Down, elas sugerem que as terapias baseadas em canabinóides direcionadas ao sistema podem melhorar os sintomas. 

Já houve vários estudos mostrando que os produtos derivados da cannabis podem ser capazes de melhorar vários sintomas comuns à Síndrome de Down e outras condições. Uma  revisão  de 2018, por exemplo, descobriu que os canabinóides CBD e THC foram capazes de reduzir a presença de placas amilóides e neurônios danificados em humanos e animais com várias doenças.

Enquanto isso, descobriu-se que os canabinoides protegem contra muitos outros sintomas da Síndrome de Down – desde impulsividade e dificuldade em manter a atenção a problemas gastrointestinais, problemas de sono e convulsões. Evidências anedóticas de pais de crianças com Síndrome de Down confirmam ainda mais isso. 

Para concluir, as evidências existentes podem deixar alguns otimistas sobre os benefícios potenciais da cannabis para o alívio dos sintomas da Síndrome de Down. No entanto, até que os estudos em humanos tenham sido realizados, nenhuma conclusão pode ser tirada.

Pacientes que buscam esse tipo de tratamento no Brasil podem recorrer a ONGs ou importar o óleo de CBD (o que acaba custando muito caro).

Dia Internacional da Síndrome de Down

No dia 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Essa data foi sugerida pelo Brasil e aprovada pela ONU. De acordo com o Movimento Down, essa data é muito importante pois

“pessoas com síndrome de Down e aqueles que vivem e trabalham com elas em todo o mundo organizam e participam de atividades e eventos para aumentar a conscientização pública e criar uma voz global única para defender os direitos, inclusão e bem-estar das pessoas com Síndrome de Down”.

Para aqueles que desejam conhecer melhor o movimento global em prol da conscientização sobre a Síndrome de Down, há um site que reúne organizações de todo o mundo que lutam pela causa.

No Brasil, as organizações Federação Brasileira das Associações Síndrome de Down, Instituto Alana, MetaSocial Institute e Movimento Down fazem parte dessa rede global.

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Barbara Arranz

Biomédica, especilista em terapia canabinoide e psicodélica, habilitada em acupuntura e análises clínicas e pós graduada em cosmetologia e desenvolvimento de novos projetos pela Uniara, atualmente vivo em Madri. Mulher, mãe atípica, ativista, educadora e empreendedora.

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